Texto Original: Green Transition Scoreboard®
Tema: Economia Ambiental.
Acadêmico: Kaio Roger Doce de Oliveira.
Investimentos em desenvolvimento sustentável
Os investimentos verdes a partir do ano de 2007 até o primeiro semestre de 2011 alcançaram a marca de 2,4 trilhões de dólares, segundo os dados do relatório Green Transition Scoreboard publicado no início deste mês. É salutar colocar em evidência que estas aplicações financeiras foram destinadas ao setor privado, com destaque para energia renovável que conquistou 1,5 trilhões de dólares.
O estudo publicado pela Ethical Markets revela que em seguida os que atraem mais investimentos são: eficiência e construção civil (US$ 339 bi); pesquisa e desenvolvimento (US$ 258 bi); tecnologias limpas (US$ 105 bi) e smirt grid (US$ 161 bi).
Os dados apontados pelo relatório GT destacam as aplicações no setor privado em sustentabilidade, pode-se então afirmar que a questão sócio-ambiental ganha cada vez mais cenário na economia mundial, deixando de ser o que durante algum tempo se achou apenas de um “modismo”. A política verde, como assim trata o estudo, ajuda para a preservação do meio-ambiente, mas não apenas isto, pois que a temática ecológica avançada e impregnada no modo de vida da população é alvo para marketing das instituições privadas.
O total de aplicações torna-se bastante significativo se considerado o período destes investimentos, uma vez que entre os anos de 2007 e 2011, em que houveram fortes deslizes econômicos que afetaram todo o mundo, principalmente os países que não estavam preparados. No entanto, pode-se observar que foi uma expressiva aplicação. A ação de continuar investindo mesmo com a então fragilidade da economia denota a relevância do desenvolvimento sustentável.
O que se faz notório não é apenas o período, mas sim no que foram investidos e de acordo com o relatório a maioria destes se destinaram a adoção e desenvolvimento de novas fontes de energia renováveis, como a eólica e solar. Por muito tempo foram empregados bilhões de dólares com programas de energia nuclear, sendo que estas atitudes que se tornam retrógadas, eram pautadas no discurso desenvolvimentista. Neste sentido, o reconhecimento da necessidade de adoção de novas tecnologias geradoras de energia consolida a geração de energia de forma auto-suficiente, o que por sinal é muito bom para as nações.
Um trilhão de dólares investidos anualmente esta é a otimista previsão até o ano de 2020. São desconsiderados fontes de energia de origem nuclear, alimentares ou agrícolas, pois segundo o texto são apontados como insustentáveis. Sendo a nuclear mais nociva para o meio ambiente, muitos se opõem ao uso desta energia, especialmente devido aos acidentes que ocorreram e deixaram o mundo em pânico. Ou seja, em tempos de consciência ecológica em escala mundial são inadmissíveis que ainda aconteçam grandes investimentos energias perigosas.
O relatório Green Transition Scoreboard também comenta questões como reciclagem, transporte, setor da agricultura, entre outras questões relacionadas ao meio-ambiente. Estas foram as aplicações em privado desde 2007. Ao tratar do meio ambiente como um investimento, são encontradas várias formas de investir, indo desde energia renovável até reciclagem. E estes vêm crescendo fortemente como podem ser observados nos dados do relatório, a cada ano eles vão aumentando em relação ao ano anterior.
Com a negativa sensibilidade da economia mundial às vezes fica difícil pensar em unir crescimento com sustentabilidade, porém sempre deve haver um espaço para discutir as questões ecológicas aliadas ao desenvolvimento. Atualmente não se discrimina economia de meio-ambiente, sendo que isso já está incorporado ao pensamento social. Por algum tempo quando a temática ambiental ganhou destaque por questões climáticas existiram tentativas, que vale ressaltar fracassadas, de “maquiar de verde” o cinza produzido devido ao marketing, enquanto outros se tornavam omissos frente às agressões ambientais.
O mercado aponta um futuro promissor às ideias verdes, nos moldes da tríade do desenvolvimento sustentável, que é formado de três princípios: socialmente justo; economicamente viável e ecologicamente correto.
Está sendo, portanto, uma época de transição para uma economia mais sustentável deixando cada vez mais um modelo desenvolvimento que durante muito tempo dominou e não tinha qualquer tipo de responsabilidade ambiental. Não há como permanecer com um modelo de crescimento econômico que tem agressões letais ao ambiente, trata-se de uma tarefa árdua, mas que levará a sustentabilidade.